Notícias

PB Saúde Cast: podcast discute autismo e reforça a importância da inclusão e do diagnóstico precoce

publicado: 10/04/2025 13h28, última modificação: 30/04/2025 08h36

No episódio mais recente do PB Saúde Cast, podcast oficial da Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), publicado nesta quarta-feira (30), recebemos a médica neuropediatra Cláudia Suênia para falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A especialista destacou os principais sinais que podem indicar o autismo, a importância do diagnóstico precoce e os caminhos terapêuticos para promover o desenvolvimento das crianças no espectro.

Durante a conversa, Cláudia Suênia explicou que o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dois pilares principais: dificuldades na comunicação e interação social, e padrões de comportamento e interesses restritos e repetitivos. Segundo a médica, o atraso na fala é um dos sinais mais comuns que levam os pais a procurarem auxílio médico, mas a ausência desse atraso não descarta o diagnóstico.

“Existem crianças que falam normalmente, mas que apresentam alterações na fala, como tom de voz robótico ou uso de vocabulário muito rebuscado para a idade”, explicou. Além disso, dificuldades no contato visual, uso limitado de gestos como apontar ou acenar, e uma forma diferente de brincar também são sinais que devem ser observados.

O diagnóstico do autismo, ressaltou a especialista, é essencialmente clínico, baseado na observação médica e no relato dos pais e cuidadores. Não existe um exame específico para confirmar o transtorno, mas exames complementares podem ser solicitados para investigar outras condições associadas. “O diagnóstico precoce é fundamental para que as intervenções terapêuticas comecem o quanto antes, aumentando as chances de um desenvolvimento mais funcional para a criança”, afirmou.

O tratamento do autismo, de acordo com Cláudia, é centrado em terapias comportamentais baseadas na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), além de apoio multidisciplinar com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos. Em alguns casos, o uso de medicações é indicado para controlar sintomas específicos, como irritabilidade ou distúrbios de sono, mas nunca como tratamento central.

A médica também ressaltou a importância de capacitar profissionais de saúde para o acolhimento de pacientes autistas em hospitais e serviços públicos. Embora a PB Saúde não gerencie unidades específicas para tratamento do TEA, muitos pacientes são atendidos nas unidades gerenciadas pela Fundação, a exemplo do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, no qual ela atua.

“É essencial reduzir sobrecargas sensoriais nos hospitais, dar prioridade no atendimento e acolher a família sem julgamentos”, destacou Cláudia, lembrando que o autismo está cada vez mais presente no cotidiano — hoje, estima-se que uma em cada 31 crianças esteja dentro do espectro.

Por fim, a neuropediatra reforçou que a inclusão de pessoas autistas é um dever não apenas das instituições, mas de toda a sociedade. “O diagnóstico de autismo não é uma sentença. É apenas um novo caminho a ser trilhado, com mais empatia, respeito e acolhimento”, concluiu.

Sobre o PB Saúde Cast - O PB Saúde Cast é distribuído semanalmente, por temporada, no canal do YouTube da PB Saúde, no Spotify, no Apple Podcasts e no Amazon Music. A cada episódio, profissionais que atuam em unidades e serviços de saúde públicos do estado da Paraíba, conversam sobre temas relevantes na área de saúde, orientando a população sobre os serviços oferecidos pelo SUS no estado e também sobre dicas para melhoria na saúde e na qualidade de vida. 

O episódio foi dirigido por Felipe Miranda; apresentado por Diogo Almeida, assessor de imprensa da PB Saúde, com direção e edição de vídeo por Jackson Diniz; produção de Thibério Rodrigues e Milena Feitosa, e identidade visual por Alice Pereira. O PB Saúde Cast é gravado na sede da PB Saúde, em João Pessoa.